Hathor

Deusa Egípcia representada por uma vaca com o disco solar, ou por uma leoa. Alguns de seus títulos são: Deusa do Céu – Protetora das Mulheres, Deusa dos prazeres, da música e da dança – Patrona do amor e da necrópole – Senhora do Ocidente.

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  • Hathor é uma das deusas mais antigas da mitologia egípcia, devido a isso ao longo da história seu papel se transformou, se expandiu e até se misturou com os de outras deusas Egípcias como Isis, Nut and Bastet.
  • Antigos textos funerários indicam que ela era a  deusa mãe original, que surgiu junto ao nascer do deus Sol, Ra, e tomou seu lugar ao lado dele no barco solar. Quando ela nasceu sua pele era preta ou preta/avermelhada, sendo assim considerada deusa do céu, usando um círculo solar em seu cocar. (Armour, 1999)
  • Seus símbolos eram um sistro, geralmente ladeado com aHat3cabeça achatada de Hathor, era usado para festejar e para assustar demônios, e um menat, um colar que simbolizava regeneração e renascimento.
  • O nome Hathor significa casa de Horus. Horus era o deus sol, sucessor de Rá. Um mito dizia que Horus era filho de Hathor, uma vaca cujas pernas eram pilares que seguravam o céu. Hórus como o Deus Sol em formato de águia voava na boca de sua mãe toda noite, e renascia toda manhã. Esse mito é muito similar com mitos da deusa Nut, tambéHat5m deusa do céu. As duas eram representadas pela imagem da vaca. Cientistas especulam que a vaca seja indicativa da Via Láctea, que vista do ponto de vista dos egípcios se parecia uma grande bovina, e durante equinócio da primavera e outono o sol se levanta e se punha nos pés e mão da grande deusa. (Milk way mithology- the origin of the creation stories, n.d.) (Wells, 1992)
  • Hathor e Nut também eram associadas com a árvore da sicômoro cujas sementes Hat6são semelhantes ás estrelas. Ela se encontravam junto a árvore distribuindo alimento e bebida as almas. Nos livros funerários Hathor também era encontrada acompanhando os mortos pelo tuat, o submundo, e monitorando o Julgamento de Osíris. Ela era vista como a provedora de comida e bebida para as almas. Já em papiros da vigésima primeira dinastia seu papel no submundo se expandiu, ela era recepcionista das almas no tuat, aparecendo como uma vaca no topo das Colinas do Oeste, tendo o título de “Senhora do Oeste” ou “Dama do País Santo”. (Armour, 1999)
  • Hathor também já foi relatada como filha de Ra e Nut, mãe ou esposa de Horus.
  • Abaixo temos alguns mitos e cerimonias dedicados a essa divindade:

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A Destruição da Humanidade

Nesse mito Hathor era filha de Rá, o deus solar, quando foi enviada por ele para se vingar da raça humana. Rá se virou contra sua própria criação quando os ouviu caçoar de sua idade avançada, dizendo “Olhe para Rá, Ele é velho e seus ossos são como prata, sua carne é como ouro, e seu cabelo é como verdadeiros lápis-lazúli.”   Rá convocou uma reunião com os deuses para discutir a punição devida para o povo. Estava lá Shu, deus da luz e do ar, Tefnut deusa do orvalho, Geb, Nut, Hathor e Nun. Nun, o Deus das águas turbulentas, sugeriu que o olho de Rá em forma de Hathor (a maçã do olho do pai) fosse mandada para matar aqueles que atacaram o Grande Deus. Todos os deuses concordam com a estratégia e Hathor foi enviada para vingar o pai na forma de Sekhmet, a leoa. Velosamente, a feroz leoa atacou os mortais e, como uma leoa, se deleitou com o massacre. Seu apetite por sangue ficou insaciável, e mesmo depois que Rá já tinha determinado que sua honra já fora vingada, Hathor não pode sessar a matança. Rá sentiu piedade dos homens, porém seu poder não pode conter a fúria de Hathor. Foi então que Rá decidiu enganar a leoa, enquanto ela dormia ele mandou preparar uma imensa quantia de cerveja tingida com mandrágora, uma fruta vermelha com poderes calmantes e afrodisíacos. Quando Hathor acordou e foi resumir seu massacre, não encontrou homem algum, mas sim a terra coberta pelo liquido vermelho. Certa de que era sangue, o liquido da vida, ela começou a beber, quanto mais ela bebia, mais ela queria. A embriaguez a acalmou e com isso, seu desejo de matar se foi. E ela atendeu o pedido de seu pai para voltar ao seu lado em paz. Depois disso Rá retornou a seu reinado, e declarou que esse dia seria celebrado na cidade de Amen no Festival do ano novo, onde ele garantiria 3 jarros de cerveja para Hathor e cada um de seus seguidores.

Festival do Casamento Sagrado
Outro mito celebrado pelos egípcios envolvendo a Deusa Hathor era o mito do Festival doHat7 Casamento Sagrado nos tempos de Ptolomeu. O mito do casamento sagrado é o enredo de um dos mais elaborados rituais religiosos onde era celebrado o reinado de Horus, os antepassados e a colheita das primeiras frutas da estação. Ele começa no decimo oitavo dia do decimo mês, quando uma imagem de Hathor era levada de seu templo em Dendera para uma jornada rio a cima ao encontro de Horus em Edfu. A deusa e seus seguidores faziamHat8 várias paradas até chegar em seu destino no dia da lua nova, próximo ao fim do verão. Lá eles encontram Horus, no mesmo dia em que ele derrota seu inimigo Seth. De lá, o casal navega o canal a cima em direção ao templo cercados de diversas cerimonias, incluindo a cerimonia funerária da abertura da boca, e cerimonia da oferenda das primeiras frutas. Horus e Hathor passavam a noite no Templo do Nascimento. No dia seguinte começava o Festival do Behdet era um ritual realizado para comemorar a permanecia de Horus no poder. A cerimonia consistia de visitas a necrópoles e rituais realizados em nome dos falecidos. Um boi e uma cabra vermelhos eram sacrificados, e 4 gansos eram soltos para os quatro cantos da terra anunciando que Horus possuía novamente as coroas do Alto e Baixo Egito. Quatro flechas eram atiradas para os 4 lados da bússola para matar seus inimigos, e versos eram recitados em honra de Horus, o deus Sol. Seus inimigos eram devastados simbolicamente, estatuetas os peixes, os hipopótamos e crocodilos eram pisoteadas. Os nomes de seus inimigos eram escritos em papiros para todos verem. Seguindo a destruição os devotos se punham a comemorar se divertindo e bebendo diante dos deuses. (Armour, 1999)

As Sete Hathors

Hathor também era encontrada na mitologia egípcia como as Sete Hathors.  As sete Hathors eram consultadas pelos deuses e seus seguidores por suas profecias.  Elas faziam previsões na hora do parto a sobre vida do recém-nascido, também para orientação em assuntos amorosos, e para pegar espirito perigosos e os torná-los inofensivos. (Neferuhethert, 1999-2007)Hat9

 

 

Nuit

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Nuit era a deusa do céu e dos astros. Mãe do deus Sol, e deuses dos “Mitos de Osíris”, amante do deus terra e protetora das almas no submundo.

Ela era representada por uma grande mulher nua com o corpo estrelado em uma posição de arco, também por uma grande vaca, ou por uma mulher na árvore do Sicômoro, jogando água purificadora sobre as almas.

Os mitos egípcios eram dinâmicos, e os deuses muitas vezes mudavam papel. A deusa Nuit era vista as vezes como mãe de Rá, deus sol, e outras como neta dele. A Nuit neta de Rá era mulher de Geb, deus da Terra. O Casal se amava tanto que se encontravam perpetuamente abraçados. Rá se aborreceu tanto com essa união entre eles, que ordenou que eles fossem separados, colocando Shu, deus do ar entre o casal de amantes.

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Mas isso não foi o suficiente, temendo a usurpação de seu poder, Rá proibiu Nuit de ter filhos nos 360 dias do ano. Porém Thot, o deus da lua, conseguiu luz suficiente para que Nuit e Geb pudessem ter filhos somente nos 5 dias do ano conhecidos pelos egípcios como, os dias “epagomenais”.  E em cada um desses dias Nuit pariu uma criança começando por Osiris, Horus (o senhor), Seth, Isis e Nephthis. Esses dias eram considerados dias dos aniversários dos deuses e eram comemorados no antigo Egito. Por isso na arte egípcia Nuit era retratada como uma mulher nua, sobre Geb com o pênis ereto , ou a cima de Geb, sendo separada por Shu. (Hill, 2015)

Obs: Algumas referências dizem que cada um desses dias eram associados com sorte ou azar: Osiris – um dia de azar, Horus (o velho) – nem sorte nem azar, Seth dia de azar, Isis- “lindo festival do Céu e Terra”, Nephthis-dia de azar. (Nut, Nuit, n.d.)

Mitos em que Nuit era mãe do deus sol diziam que seu corpo era coberto de estrelas. Todos os dias ela dava à luz ao seu filho Ra, o sol, que viaja pelo seu corpo durante o dia e era devorado por ela ao anoitecer, apenas para renascer novamente ao amanhecer.

Como outras deusas Celestes, Nuit também era retratada como uma grande vaca com um jarro de água, ou o arco solar na cabeça.  Suas pernas eram o firmamento, sustentando o céu, mantendo a ordem, para que o sol, ou o caos, não se chocasse contra a terra, suas mãos e pés tocavam os 4 pontos cardiais no horizonte. Artefatos egípcios mostravam o corpo da grande deusa coberto (ou rodeado) de inscrições representando as constelações.  (figure 4) (Hart, 2005)

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O trovão era considerado a rizada de Nuit.

Como uma figura celestial e matriarcal, Nuit também era conhecida como a “Senhora do Sicômoro.”  Ela era a cuidadora das almas do submundo e era vista saindo do tronco da árvore do Sicômoro dando água e pão para os finados. Seu poder garantia que eles poderiam respirar, beber e comer no submundo.

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Hapi

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Deus do Rio Nilo, de suas águas e da fertilidade trazida por elas.

Homem com seios de mulher, barriga sobressaída, barba, usando um chapéu de plantas aquáticas do Nilo, segurando uma bandeja de comida, e as vezes um jarro de água.(Shorter, 1993)

Hapi era o Deus do Nilo, da água e da fertilidade, ele representava a enchente do rio.  Como Egito era no deserto, a enchente das águas do Rio Nilo era de suprema importância para o povo Egípcio, a vinda das águas trazia vida para as lavouras e para os animais.  (Armour, 1999)

Seus seios e sua cor azul ou verde eram símbolos da fertilidade, e sua barriga da abundância.

Podem ser encontradas duas formas de Hapi, um com chapéu de papiros, representando o Norte do Egito (Alto Egito), e um com flores de Lotus em seu chapéu representando o Baixo Egito. Eles eram encontrados na arte egípcia juntos derramando agua do vaso ou amarrando duas plantas do baixo e auto Egito.

O mito dizia que Hapi morava na caverna na região das primeiras cataratas de qual as aguas fluíam e traziam a cheia anual, o que era chamado de “a chegada de Hapi.”  Oferendas e orações eram feitas ao rio pedindo que a cheia não fosse nem pequena (insuficiente para molhar suas lavouras), nem tão grande (que inundaria suas casas a longo do rio). (egypt, n.d.)

Aton

Deus do disco solar. Representado pela imagem do sol com mãos humanas na ponta de cada raio. Em algumas imagens, Aton segura a chave da vida, ankh, indagando que seus raios davam vida aos por ele iluminados.

Pode ser encontrado nas cartas:

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Muita atenção é dada a Aton (ou Aten) porque, por um curto momento da história egípcia, ele foi considerado o Deus Supremo, onipotente do Egito. Até então a religião egípcia sempre foi politeísta, com diversos deuses criadores, padroeiros do sol e dos fenômenos da natureza. Essa tentativa de revolução na religião egípcia foi feita pelo Faraó Akhenaton e sua esposa Nefertiti (1350 a.c.) possivelmente causada por uma disputa de poder entre a família real e os Poderosos Sacerdotes de Amon-Rá. Akhenaton nomeou Aton o Deus supremo do Egito e mudou seu próprio nome de Amenóphis IV, que significa “Amon está satisfeito”, para Akhenaton “aquele onde o sol está satisfeito”. O Faraó também destruiu os templos de Amon, e construiu lindos templos dedicado a Aton. Akhenaten e Nefertiti foram devotos à Aton e tentaram propagar o monoteísmo. Mas após sua morte, seu filho Tutankhamon retomou os cultos dedicados à Aton e aos outros deuses egípcios.

Maat

Deusa com uma pena de avestruz na cabeça. Deusa da Verdade e da Justiça

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Diferente da maioria das entidades egípcias, a Deusa Maat não era associada mitologicamente com nenhum animal, era representada por uma mulher com uma pena de avestruz na cabeça, pela balança da justiça, e pelo monte primordial.colina primordial

Maat geralmente aparecia em mitos egípcios como o conceito de verdade e justiça, não costumando atuar pessoalmente nos mitos. Mas alguns mitos dizem que ela era filha de Rá, o deus Sol. Maat surgiu com Rá das águas do caos, Nun, no momento de criação. Portanto ela pode ser representada pelo monte primordial que também representa esse momento. Maat foi considerada irmã e esposa de Deus Thot, deus da sabedoria. Juntos eles acompanhavam Rá, em sua barca solar. O historiador Budge acreditava que isso significa que Ra “vive regido pela imutável e eterna lei e ordem. ” Ela prevenia o universo de se reverter ao caos.

Maat era o conceito filosófico da verdade- as regras corretas da natureza e da sociedade estabelecidas no ato da criação, aquilo que é certo, as leis, a ordem, a justiça e a verdade. Ela era como um guia da atitude correta que um indivíduo deve tomar perante aos outros (Armour, 1989).

Os Faraós viam Maat como a autoridade de governar e a razão por qual seus reinados deveriam assegurar as leis do universo. Até mesmo Akhenaton, o faraó conhecido por tentar reformar a religião egípcia para o monoteísmo, manteve Maat em sua doutrina (Shorter, 1993). Também juízes egípcios deveriam usar a pena de Maat durante o julgamento como um sinal de sua dedicação aos princípios de Maat. (Armour, 1989)

Maat e sua pena eram os principais aspectos do Julgamento dos Mortos na mitologia egípcia. Os egípcios acreditavam que após a morte o espírito iria para o submundo e lá seu coração (representado a consciência) era posto numa balança, e seu peso comparado com o peso na pena de Maat. Se a pessoa viveu uma vida honesta, livre de crime, ou mentiras… seu coração seria tão leve quanto a pena de Maat, e o indivíduo seria absorvido no julgamento, se juntando aos outros deuses, caso contrário ele seria devorado peloAnubis scale

devorador de almas, Ammit.

No tarot Maat representa a missão do indivíduo nessa vida, a sua verdade, seu destino, seu Karma, sua obrigação de desenvolver e usufruir de suas capacidades. Maat e seus símbolos podem ser encontrados nas seguintes cartas 6, 9, 17, 21, 26, 27, 34, 38, 51, 54 e 58.

Neith

Deusa da Guerra, que segura o arco e a flecha e usa a coroa vermelha do baixo Egito.  Protetora dos caixões e dos vasos de vísceras. Ensinou os homens a tecelagem. Deusa criadora do mundo e deuses (Armour, 1999)

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Deusa criadora de Sais, no Baixo Egito. De acordo a inscrições de Esna a Deusa surgiu das águas primordiais para criar o mundo, e então seguiu alongo do Nilo em direção ao Norte chegando a Sais, acompanhada de peixes (o venerado peixe lates). Mais tarde outras inscrições lhe dão o papel de mãe de Apophis (a cobra Inimiga de Rá). Na era das pirâmides, Neith era considerada o consorte de Seth e mãe de Sobek, neste papel apropriadamente descrita como “enfermeira de crocodilos”. Este conceito de Neith como a matriarca de deuses se estendeu a outras divindades, como Isis e até Ra. (Hart, 2005)

Neith também aparecia como conselheira em alguns Mitos. Por exemplo no mito em que a corte dos deuses tentava decidir se Hórus ou Seth iriam assumir o trono de Osíris na Terra. A corte enviou uma mensagem para a Neith, pedindo seu conselho na decisão; Neith sugeriu que, como primogênito, Hórus deveria assumir o Trono, e que Seth fosse oferecido como prêmio de consolo algumas deusas menores para flertar com ele.   Infelizmente Seth não aceitou o plano, e a competição entre o deus continuou, através diversos duelos e falcatruas. Até que enfim Hórus assumiu o trono de seu pai, e Seth foi concedido um lugar no barco de Ra, onde usaria de sua braveza para espantar os homens e inimigos de Ra.  (Armour, 1999) Nesse mito Neith também é associada como deusa criadora, descrita como “aquela que deu luz a primeira face”,  podendo ser vista como a deusa que deu o primeiro parto. E seu poder é demonstrado em sua ameaça de que se Seth tomasse o Reinado, ela faria o Céu se chocar contra a Terra. (Hart, 2005)

 

Anúbis

O homem com cabeça de chacal. Patrono da mumificação. O guia dos mortos no submundo. Deus dos mortos. Quem faz a conexão entre o visível e o invisível.

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Anúbis é um deus muito antigo na história da mitologia egípcia. Também conhecido comoAnubis1 Anpu. Acredita-se que sua existência como deus dos mortos se originou da observação da presença de chacals em cemitérios comendo cadáveres, ou oferendas deixadas para os mortos. (Armour, 1999) Mitos mais antigos dizem que Anúbis era o quarto filho de Rá. Primitivamente, era o deus criador na prefeitura de Sepa, e patrono da cidade de Behdet. (Morel & Moral, 1987)
Porém, posteriormente mitos dizem que Anúbis era filho bastardo de Osíris e Neftis. A lenda de Osíris diz que Neftis traiu seu marido Set, deus do Caos, com Osíris, e temendo a fúria de seu marido, Neftis abandou seu filho. Anúbis então foi criado por cães, até que sua Tia Isis o resgatou e o criou. A partir disso, Anúbis virou o protetor de Isis, quem o ensinou a fala dos humanos, medicina e a arte do embalsamento.

Também foi companheiro de Thot durante o resgate dos pedaços de Osíris e na mumificação corpo. Foi Anúbis que ergueu o corpo de seu pai e o fez ressuscitar com o seguinte encantamento: “levanta-se e viva, eis a sua nova aparência. Afaste o crime de quem lhe fez mal.” Com isso Anúbis se tornou muito importante durante o embalsamento daqueles que buscavam a ressurreição assim como Osíris; e durante os rituais da abertura da boca avia um sacerdote que usava uma máscara de chacal, incorporando o deus Anúbis (Armour, 1999).

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No “Livro dos Mortos” Anúbis era um personagem principal, conhecido como o “contador de corações.” Ele recebia o morto no submundo e o guiava para o Julgamento de Osíris, aonde o coração do morto era posto em uma balança, e seu peso era comparado com o peso da pena da verdade. Era Anúbis quem determinava o resultado dessa avaliação. Se a finado não passasse o julgamento, sua alma seria devorada por Ammit, um animal com cabeça de crocodilo, corpo de leão e o traseiro de um hipopótamos, seu nome significava o “devorador de mortos.” Se a alma fosse absorvida, Anúbis o acompanharia a presença de Osíris. (Armour, 1999)

Bastet

A Deusa Gata, deusa do prazer,  protetora feroz dos deuses e faraós.

Bastet era uma das filhas do deus sol, Rá, seus atributos e mitos se misturavam com os das bastgata
outras filhas de Rá como Hathor, Sekhmet e Mut. Sua mitologia mostra a dualidade entre a ferocidade da leoa selvagem e a doçura da felina domada.  Em forma de olho de Rá ou de uma leoa, Bastet era feroz e vingativa, seu pai Rá à usava para suas vendetas. Mas já quando ela tomava forma da gata, era mansa e meiga. Essas faces de Bastet foram comparadas com o ciclo menstrual feminino e a disponibilidade para aproximação. A gata de baixo da cadeira de uma imagem feminina no templo simbolizava que ela estaria sempre disponível sexualmente ao dono do templo no submundo. (Hart, 2005)

Inscrições no templo do Rei Khafra citam Bastet como deusa do Egito do Sul e Hathor do Norte. E mostra seus filhos, Mihos, homem com face de leão, Nefertum a deusa do perfume, e Hórus (o jovem). Ela oferece proteção a filha de Atum.

Na cultura Grega Bastet tinha o nome de Artêmis e ela era celebrada em festivais com banquete, música, dança licenciosa e muito vinho. Tocavam o chocalho, sistrum, em veneração a deusa.

 

Cartas no tarot egípcio:73 e 4.

Ísis

  • Filha de Geb e Nut, irmã de Nefetis, Seth e Osíris.
  • Esposa de Osíris, seu irmão.
  • Mãe de Hórus
  • Famosa pelo seu conhecimento de medicina, magia e cura.
  • Matriarca e esposa fiel. (Shorter, 1937)
  • Símbolo da Lua (Hemus, 1984)
  • Ensinou agricultura, fabricação e tecelagem de linho, como também a extração de azeite ao povo egípcio.

Osíris

O grande civilizador do Egito, quem introduziu agricultura, leis e rituais religiosos.

  •  Símbolo do céu, do Nilo, do trigo.
  • O fecundador do mundo.
  • O sol, suas viagens para conquistar o oriente poderia representar o percurso do sol pelo céu, espelhando por toda parte sua fecundidade. (Hemus, 1984)
  • A ressurreição de Osíris por Iris e Néftis é associada com o retorno da fertilidade da terra após a enchente. As águas da enchente do Nilo era denotada vindo das coxas do Deus. Além das águas do Nilo, Osíris também é associado com a virilidade sexual e a fertilidade nas mulheres, “Osíris é o espírito universal do crescimento.”(Clark)127-129. (Hamlyn)
  • Osíris representa o desejo de toda a alma à transcender a morte.
  • O Deus do submundo. O Juiz da alma do falecido durante o Julgamento dos Mortos.

O Mito de Ísis e Osíris

Osíris como faraó

Osíris foi o primeiro filho de Geb (deus da terra) and Nut(Deusa do céu). Mitos dizem que ele nasceu como deus, mas cresceu como homem. Osíris se tornou Faraó, e foi creditado por ensinar o povo do Egito a arte da agricultura, do feitio de vinho, pão e cerveja, e por ensinar diversos oficios pra que o povo se afastassem de uma sobrevivência “selvagem” de colheita, caça e até canibalismo. Mitos dizem que Osiris foi o quarto faraó, construtor da civilização e também responsável pela expansão do reino do Egito através da Ásia, mas em suas conquistas Osiris não utilizou de violência, era inimigo da violência, e foi capaz de vencer país após país, usando sua sabedoria, músicas e a promessa de felicidade e ordem.

1º assassinato de Osíris

O mito diz que o império de Osíris foi abalado quando ele partiu para conquistar outras terras longínquas, deixando o reino sob cuidados de Isis, que fez um bom trabalho e conseguiu manter a ordem do reinado. Porém, seu irmão ciumento, Seth, fez um plano para assumir o reinado. (Hamlyn) Seth conspirou com seus ajudantes, e a rainha da Etiópia, que tinha inveja do sucesso de Osíris com seu povo, para fazer uma armadilha para o Faraó. Construíram um lindo baú com as exatas dimensões de Osíris. E convidaram Osíris para uma festa, durante a festa Seth trouce o baú e anunciou que baú seria doado para aquele que coubesse dentro. Todos os convidados tentaram entrar dentro do baú, mas não couberam, então era vez de Osíris entrar, e ele todo feliz entrou para descobrir que o cabia certinho, mas antes dele poder sair, Seth fechou o baú e o lacrou. Então os participantes da festa levaram o Baú para o rio Nilo e o jogaram na água, para ser levado para bem longe pela corrente. Isis estava viajando, mas ficou sabendo imediatamente do assassinato de seu marido, e começou o seu lamento.  Desesperada, Isis partiu a procura do baú com o corpo de seu marido, procurando-o ao longo do rio Nilo.

Descoberta do nascimento de Anúbis

Osiris e seus filhos
Osíris e seus filhos, Anúbis e Hórus

Durante sua busca Isis descobriu que sua irmã (e mulher de Seth) Néftis tinha se apaixonado por Osíris e o enganou para se deitar com ela. Desse evento, Néftis engravidou.  Temendo a fúria de Seth, ela abandonou a criança após o parto. O bebê foi salvo por um grupo de cachorros selvagens. Ao saber do acontecimento, Isis localizou o grupo de cães, resgatou seu sobrinho e o criou como seu próprio filho, dando a ele o nome de Anúbis.  Isis logo perdoou sua irmã.  Com isso, Néftis abandonou seu marido, Seth, juntou-se a Isis e passou a se dedicar à procura do corpo de Osíris.

Encontro do corpo de Osiris/ coluna de Djed

Enquanto isso o baú, contendo o cadáver de Osíris assentou-se no banco do Nilo, em Byblos, adjacente a uma árvore de tamarisco e ali ficou até que a árvore cresceu ao redor do baú, formando um formoso tronco, de grande porte e belas flores, sua beleza o fez famoso. Até que o Rei Malkander e sua mulher, Athenais, vieram apreciar a vista, e admirados ordenaram que a árvore fosse cortada e usada na construção de um pillar para suspender o telhado de seu palácio, não suspeitando que dentro dele se encontrava o corpo de Osiris.

Ao passar do tempo, Isis, guiada por pistas dadas por crianças, rastreou a localização do baú, o que a trouxe a Byblos, onde ela se sentou na beira do rio e atraiu a atenção das empregadas da rainha. Elas conversaram e Isis ensinou elas à trançar seus cabelos e usar joalherias, e seu bafo perfumou à elas e suas roupas com um magnífico aroma.  Quando as empregadas da Rainha voltaram para o castelo, Athenais as perguntou sobre a origem daquela deliciosa fragrância, então as serventes a levaram ao encontro de Isis. Logo ao encontra-la as duas se tornaram grande amigas, e Isis foi convidada a corte de Athenais.

Um dos filhos da rainha sofria com uma doença incurável, Isis se ofereceu a curar o menino. Ela pediu que ficasse só com o menino durante as cerimonias de cura, mas um dia a mãe curiosa entrou no berçário e ficou chocada ao ver que Isis colocou a criança em frente de chamas de fogo, e se transformou em uma andorinha, voando em volta do Pilar, fazendo um canto de intenso lamento. A mãe desesperada pegou seu filho e correu com ela, mas Isis a alcançou e disse que era a mãe era tola por fugir, porque se Isis continuasse seu tratamento, logo seu filho estaria curado e seria transformado em um Deus, imortal. A mãe entendeu que ela estava diante de uma deusa. Isis então curou a criança, e seus pais ofereceram um presente como gratidão. Isis pediu a coluna que sustentava o telhado do castelo. Isis comandou que carpinteiros retirarem o baú do tronco, e restaurou a coluna com linho e fragrantes flores, e a retornou para o castelo. Essa coluna virou a famosa coluna de djed que foi adorada pelos seguidores de Osiris. Após isso, Isis se pôs a lamentar; seu lamento era tão terrível que um dos filhos do Rei morreu aterrorizado. Isis então pôs o baú em um barco e partiu levando outro filho do Rei, durante a viajem Isis abriu o baú e começou a se lamentar, o menino a surpreendeu e quando ela virou e o olhou, ele morreu, como seu irmão.
Isis continuou sua viajem pelo Nilo, secando a água que entrava no barco com sua magia. Quando Isis chegou ao Delta, ela levou o baú a terra firme. Então, ela e Néftis tentaram ressuscitar Osíris recitando o seguinte encantamento: 1ª ressurreição de Osíris/ concepção de Hórus

“Quem trabalhou em seu corpo sem vida com cordas atadas,

Quem aqueceu seu corpo com o calor do seu peito,

Quem fez a entrada de ar com o bater de suas asas,

Quem fez o fluxo de vida do seu corpo em Isis,

Para o chambre da morada da vida.”

E com esse encantamento, Isis foi capaz de aquecer o corpo de Osíris e soprar a respiração osiris pe eretusda vida dentro de seu corpo por tempo suficiente para que ele pudesse à engravidar com seu filho Hórus. No templo de Dendora existe uma imagem ilustrando esse momento, que mostra Isis pairando como um pássaro sobre o corpo de Osíris com seu pênis ereto.

Seth perseguiu Isis e à aprisionou, mas ela escapou com a ajuda de Anúbis e fugiu para o pântano. No dia do equinócio da primavera, Isis pariu Hórus, junto aos novos brotos de grão que brotavam na beira do rio. Foi um parto difícil que só aconteceu após dois deuses aparecerem e mancharem sua testa com sangue, o símbolo da vida.   Após o nascimento, Thot apareceu e falou para Isis fugir com a criança para protege-la de Seth, e mantê-lo escondido até ele estar na idade certa para assumir seu trono como O Grande Rei dos dois reinos (Baixo e Alto Egito).  Isis então levou a criança para o Baixo Egito, na cidade de Pe, uma cidade em uma ilha flutuante. Isis soltou os laços que segurava a ilha, que flutuo para as profundidades do pântano, onde ninguém os poderiam encontrar.

Isis no Delta/ Tefen o Escorpião

Mitos dizem que durante sua fuga, acompanhada de seu filho e 7 escorpiões, Isis procurou refúgio na casa de uma nobre dama. Quando a dama viu Isis e seus acompanhantes, ela fechou a porta em sua cara, não sabendo à quem ela recusava ajuda. Isis encontrou outro abrigo, mas não conseguiu perdoar a mulher que e a desprezou. Magoada, Isis usou sua magia e fez que 6 de seus escorpiões depositassem seu veneno em um deles, Tefen.  Este então entrou por debaixo da porta e da casa da dama e picou seu filho. O menino não resistiu ao veneno e morreu. Sua mãe desesperada saiu a procura de socorro, mas não conseguiu ajuda, foi recusada ajuda assim como ela recusou ajudar Isis. Então a Deusa sentiu piedade da mãe e veio acudir o menino.  Isis recitou um feitiço para que os escorpiões removessem o veneno do menino: “A criança viverá, o veneno morrerá, como Hórus é forte para mim, sua mãe, a criança também será para sua mãe.” Com isso a criança ressuscitou. Esse feitiço se tornou um mantra para aliviar os efeitos de venenos no Antigo Egito.

Isis voltou para casa vestida como mendiga, pois teve que se redimir a viver de esmolas para sustentar seu filho. Quando ela chegou em casa, encontrou Hórus doentio, caído no chão. Nem o leite materno o curava. Foi quando chegaram 2 mulheres carregando a chave da vida, ankh, e diagnosticaram a doença como picada de escorpião. Isis tentou usar o mesmo encantamento que usará no filho da Dama, mas foi em vão. Finalmente Thot apareceu para a socorrer. Isis expressou sua indignação pela demora de Thot para acudir o garoto.  Ele disse que veio com a barca solar e que todos os deuses estavam preocupados. O Sol estava parado, e o mundo estava em escuridão até que o futuro Deus Solar estivesse curado. Thot então recitou um encantamento para curar o menino Hórus. Após a recuperação da criança, Thot ordenou as mulheres do Delta que ajudassem Isis a criar o menino que iria ser o futuro rei das Duas Terras, com a ajuda de Osíris, Isis e Ra.

O 2º assassinato de Osíris

Depois disso, tudo andava bem até que o corpo de Osíris, que tinha sido embalsado com a ajuda de Anúbis e Thot, foi descoberto por Seth. Em uma noite de lua, Seth estava galopando em seu cavalo caçando porcos selvagens, quando viu o baú que tinha feito para Osíris. Seth amarrou seu cavalo, abriu o baú, retirou o corpo de Osíris e o cortou em 14 pedaços, enquanto ria com uma risada diabólica e dizia em vós alta: “Não é impossível destruir o corpo de um Deus, mas Eu acabei de fazer isso, Eu destruí Osíris.” Porém ele estava enganado.

Isis e sua procura dos pedaços de Osíris

Isis saiu novamente a procura de seu marido. O mito diz que ela navegou o Nilo em um barco de papiro, acompanhada de pássaros e brutos. Enquanto navegavam crocodilos se afastavam do barco, eles não se atreveriam atacar tal divindade. Por conta desse mito, no Egito Antigo acreditavam que crocodilos não atacavam barcos de papiro. Isis encontrou um a um dos pedaços de Osíris. Em cada lugar em que encontrava um pedaço ela pretendia enterrar esse pedaço e construía um santuário. Supostamente Isis fazia uma moldura de cera imitando cada parte e a enterrava, com o fim de enganar Seth se ele viesse a procura do corpo de seu irmão. O único órgão que Isis não conseguiu encontrar foi o órgão sexual de seu marido, que foi devorado por peixes- os lepidotos, fagrus e oxyrhynchus.  Ao não encontrar o órgão, Isis construiu uma moldura do pênis de Osíris.  De acordo com o historiador Plutarco, Isis instituiu um festival solene para memória do órgão sexual de Osiris.

A 2ª ressurreição de Osíris

Enquanto Isis procurava as partes de Osíris, Hórus, Anúbis e Thot, foram atrás restaurando o corpo. Depois de todas as partes foram encontradas, menos a comida pelo peixe, eles envolveram o corpo em linho e o colocaram no templo de Abidos. Depois de Hórus lutar contra Seth, ele voltou para Abidos com o olho que ele ganhou de seu tio diabólico. Osíris sentava em seu trono com seu mangual e cetro. Hórus abriu sua boca e o fez comer o olho, que o deu a vida eterna. Esse mito foi a origem do ritual da abertura da boca, durante o funeral egípcio.  Hórus colocou então uma longa escada que ia de Abidos para o céu, e Osíris subiu lentamente acompanhado de Isis e Néftis. Thot os seguiu carregando o livro dos deuses e Hórus ajudou seu pai a subir. Enquanto subiam, sentiam a brisa dos quatro cantos da terra, e o barco solar os iluminava. Até que chegaram ao topo das duas montanhas, e pisaram no chão de cristal. Agora, como imortal Osíris foi encarregado a julgar as vidas dos mortais que o seguia.

Isis voltou a terra e prometeu nunca mais se casar e continuou sendo uma perfeita Rainha das duas terras, famosa pelo seu senso de justiça e caridade. Depois de sua morte alguns acreditam que seu corpo foi enterrado em Memphis e outros acreditam que foi enterrado em seu templo em Philae, mas sua alma se juntou ao mundos dos deuses, ao lado de seu marido Osíris. (Armour, 1989)