O homem com cabeça de chacal. Patrono da mumificação. O guia dos mortos no submundo. Deus dos mortos. Quem faz a conexão entre o visível e o invisível.
Anúbis é um deus muito antigo na história da mitologia egípcia. Também conhecido como Anpu. Acredita-se que sua existência como deus dos mortos se originou da observação da presença de chacals em cemitérios comendo cadáveres, ou oferendas deixadas para os mortos. (Armour, 1999) Mitos mais antigos dizem que Anúbis era o quarto filho de Rá. Primitivamente, era o deus criador na prefeitura de Sepa, e patrono da cidade de Behdet. (Morel & Moral, 1987)
Porém, posteriormente mitos dizem que Anúbis era filho bastardo de Osíris e Neftis. A lenda de Osíris diz que Neftis traiu seu marido Set, deus do Caos, com Osíris, e temendo a fúria de seu marido, Neftis abandou seu filho. Anúbis então foi criado por cães, até que sua Tia Isis o resgatou e o criou. A partir disso, Anúbis virou o protetor de Isis, quem o ensinou a fala dos humanos, medicina e a arte do embalsamento.
Também foi companheiro de Thot durante o resgate dos pedaços de Osíris e na mumificação corpo. Foi Anúbis que ergueu o corpo de seu pai e o fez ressuscitar com o seguinte encantamento: “levanta-se e viva, eis a sua nova aparência. Afaste o crime de quem lhe fez mal.” Com isso Anúbis se tornou muito importante durante o embalsamento daqueles que buscavam a ressurreição assim como Osíris; e durante os rituais da abertura da boca avia um sacerdote que usava uma máscara de chacal, incorporando o deus Anúbis (Armour, 1999).
No “Livro dos Mortos” Anúbis era um personagem principal, conhecido como o “contador de corações.” Ele recebia o morto no submundo e o guiava para o Julgamento de Osíris, aonde o coração do morto era posto em uma balança, e seu peso era comparado com o peso da pena da verdade. Era Anúbis quem determinava o resultado dessa avaliação. Se a finado não passasse o julgamento, sua alma seria devorada por Ammit, um animal com cabeça de crocodilo, corpo de leão e o traseiro de um hipopótamos, seu nome significava o “devorador de mortos.” Se a alma fosse absorvida, Anúbis o acompanharia a presença de Osíris. (Armour, 1999)