Uadjit era a deusa da cobra alada, criadora do papiro e símbolo do Baixo Egito.
Uadjet era associada à proteção, justiça e ao poder de cura. Esses poderes podem ser vistos em vários mitos egípcios, como nos exemplos abaixo.
Uma vez seu pai, Ra, enviou o olho de Uadjit a procura de seus irmãos, Tefnut e Shu, que estavam perdidos nas águas. Ra ficou tão feliz quando eles retornaram que chorou, e de suas lagrimas criou os primeiros seres humanos. Com isso Rá colocou o olho do Uadjet em sua cabeça como recompensa e proteção.
Os poderes de cura de Uadjet apareceu em um mito onde o Olho de Uadjet foi quebrado em uma batalha contra Seth, o Deus do Caos. Após a batalha, o Olho foi restaurado com a ajuda de Toth, e passado para Osiris que o usou para guiá-lo através do submundo, em sentido a ressurreição. Os pedaços do olho de Uadjet (ou Olhos de Ra) representam as partes de um todo “ou uma fracção em matemática egípcia.”
Podemos ver o poder de Justiça de Uadjet em um mito onde O Deus Geb tinha violado sua mãe antes de se tornar rei, e quando ele foi colocar a sua coroa real decorada com a serpente de Uadjet, a cobra da coroa atacou à ele e à seus seguidores, como uma forma de puni-lo por sua atitude erronia.
Homem com cabeça de íbis, as vezes representado por um babuíno com chapéu da lua cheia e crescente. Deus da sabedoria, magia, ciência, medicina, escrita, matemática, da lua e do tempo, aquele que mantem a ordem no universo.
Thoth era um dos deuses mais importantes na mitologia egípcia. Participando de diversos mitos onde intervinha com sua sabedoria, seus poderes mágicos e medicinais.
· A origem de Thot nos mitos é ambígua, mas um deles diz que Thoth era o filho mais velho de Rá, deus sol, criado com a ajuda de Atum e Khepri. Thoth desceu a terra trazendo “os segredos que pertenciam ao horizonte. ”
· Mitos dizem que Thot ganhou sua autoridade sobre o Homem quando foi nomeado ajudante de Rá. Rá estava cansado de tanto trabalho e decidiu dar seus poderes para outros deuses, Thot seria seu escriba, mantendo em ordem aqueles que residem na terra e aqueles que rebelem contra Rá. Ele também era visto como o coração de Rá, com isso era a fonte de sabedoria do deus sol (para os Egípcios o coração tinha as funções que hoje associamos com o cérebro).
· Rá deu à Thot a Lua para balancear o Sol. Como deus da lua, Thot usou sua sabedoria de matemática para medir as estações e regular o tempo. Ele pesquisou o céu e planejou o formato da terra. A estabilidade do universo dependia de sua matemática celestial.
· O olho de Thot ou olho de Rá é associado com as Frações na Matemática, as partes de um todo (1 dividido pelos 6 múltiplos de 2), assim como as fases da lua.
· Thot também tinha o poder da magia e da medicina. No Egito a medicina era interligada com a magia e a religião, e era praticada por médico-sacerdotes. Nos mitos, Thot usava sua medicina mágica para ajudar outros deuses. Por exemplo quando ele ajudou a deusa Isis na ressurreição de seu marido Osíris, o que à permitiu gerar seu filho Hórus. O menino Hórus foi então criado por sua mãe escondido de seu Tio Seth, o assassino de seu pai. E ainda durante a vida da criança, Thot o salvou de uma grave picada de escorpião. (veja o mito de Osíris).
· Thot também teve seu lugar em outro mito muito importante no Egito, “O Julgamento de Osíris. ” Egípcios acreditavam que após a morte a alma do indivíduo passaria pelo julgamento de Osíris, aonde parte da alma, representada pelo coração, seria posta na balança, e seu peso comparado com o peso da pena da verdade. Se a pessoa viveu uma vida honesta, livre de pecados, sua alma seria tão leve quanto a pena da verdade e o individuo poderia se juntar a outros deuses no além; caso a pessoa teve um passado questionável e não conseguisse se desculpar com orações e feitiços, o indivíduo seria devorado pelo devorador de almas, Ammit (O deus com cabeça de crocodilo e corpo de hipopótamo). Durante o julgamento, Thot era visto ao lado da balança anotando veredicto.
· Como deus da escrita, criador dos hieróglifos e da linguagem, Toth foi considerado o autor do “Livro dos Mortos”, “O livro das Respirações” ambos livros que eram na realidade diversas inscrições postas nas tumbas para guiar os mortos pelo submundo e pelo “Julgamento de Osíris”. Thot era também autor do famoso, enigmático “Livro de Thot” .
· Existem muito interesse e contemplação a respeito do “Livro de Thot”. Historiadores e visionários ao longo da história se inspiraram nele, com isso existem diversas especulações sobre seu conteúdo, sua existência, e sua influência no futuro da Religião, magia, cabala e o Tarot em si.
· O “livro de Thot” continha suas formulas mágicas, há controvérsias sobre a quantidade de páginas em sua obra. 1 versão diz que ele tinha 2 páginas, uma lidando com a mágica para encantar a natureza, e a outra a mágica para controlar o mundo dos mortos. Já outra dizia que era 42 livros lidando das leis, educação dos padres, história do mundo, geografia, hieróglifos, astronomia, astrologia, religião e medicina. Também as 78 cartas de tarot foram atribuídas as páginas do livro de Thot.
· Existe um conto Egípcio que fala da história de Setna e sua busca ao Livro de Thot. Setna, era filho do faraó Ramses II, ele era diferente dos outros príncipes, não se preocupava com poder, sua ambição era pela sabedoria. Setna se tornou um grande estudioso, o escriba real; ele conhecia todos os hieróglifos das civilizações antepassadas. Seus serventes costumavam trazer para ele papiros de bibliotecas e templos espalhados pelo Egito; Setna e seus assistentes interpretavam os textos e guardavam copias na biblioteca real. Foi em um desses papiros em que ele soube sobre a história de um príncipe chamado Nefrekeptah, filho do Faraó Amenhotep, que reinara alguns séculos antes de Setna. Nefrekeptah era um escriba e mago assim como Setna, e supostamente ele tinha encontrado o “Livro de Thot” e lido todos seus segredos, e que o livro foi enterrado com ele em sua tumba.
O “Livro de Thot” continha a coleção de encantos que daria ao leitor o poder da linguagem dos animais, como também o poder de ver o vento e ouvir o sol, o segredo dos deuses e o canto das estrelas.
Setna teve um desejo imenso de encontrar este livro, e se apoderar destas sabedorias. Com isso ele embarcou em uma jornada com seu irmão, Anheru a procura da tumba de Nefrekeptah. Setna encontrou a tumba e ao entrar se debateu com a múmia de Nefrekeptah segurando um rolo de papiro em seu busto, com duas cadeiras a seu lado, de um lado o fantasma (ka) de uma mulher, e do outro o ka de um jovem. Foi então que o ka da mulher alertou Setna a não pegar o livro da múmia de seu marido, porque ele seria amaldiçoado assim como eles foram.
· Ela então contou a trágica história de seu marido, ele era estudioso, curioso assim com Setna, um dia quando estudava as inscrições, um velho sacerdote veio para ele e falou que toda aquela sabedoria era inútil comparada com a sabedoria dos deuses, e que essa sabedoria estava relatada no “Livro de Thoth”. Após suplicar e subornar o sacerdote, ele informou ao príncipe a localização do livro de Thoth; o livro estava no meio do Nilo, trancado em uma série de caixas valiosas. Nefrekeptah foi em busca desta urna, e a encontrou no local citado. Ela era guardeada por diversas feras peçonhentas (escorpiões e cobras indestrutíveis), que acabaram sendo derrotadas pelo poder do filho do Faraó. O Faraó então abriu caixa por caixa (uma caixa de ouro dentro de uma caixa de prata, dentre de uma de ébano e marfim, dentro de uma madeira, finalmente dentro de uma caixa de Bronze). Quando finalmente chegou ao livro, ao abrir-lo aprendeu toda sua magia e sabedoria instantaneamente, como um feitiço. Mas todo seu aprendizado não foi suficiente para lutar contra a fúria dos deuses, que como vingança atiraram a princesa e seu filho no rio, e os afogaram. Nefrekeptah tentou usar a magia para lutar contra a força dos deuses, mas não conseguiu, então amarrou o livro de Toth sobre seu busto, antes levar o mesmo destino de sua esposa e filho. Seu corpo, junto ao livro, foram encontrados por seu pai boiando no rio Nilo. Seu corpo foi então sepultado ali, aonde Setna o encontrou.
· Ao ouvir a história de Nefrekeptah Setna ficou impressionado, mas ainda não tinha medo. Ele se via mais inteligente que Nefrekeptah, e sua luxúria pela sabedoria fez o prosseguir a retirar o livro da múmia. Foi então que Nefrekeptah o desafiou a um jogo de tabuleiro, senet, o vencedor teria o livro. Setna concordou, mas a cada vez que uma de suas peças foram comidas por Nefrekeptah, o poder do defunto fazia Setna afundar para dentro da terra, quando só sua cabeça permanecia para fora, ele ordenou que seu irmão lhe desse seu cajado mágico, e o usou para sair do solo. Ele então roubou o livro de Thot e fugiu do sarcófago, deixando o Nefrekpatah aos berros, dizendo que ele tinha certeza que um dia Setna retornaria suplicando perdão e retornando o livro.
Setna levou o livro para seu pai, Ramses, quem o ordenou retornar o livro a tumba do príncipe, mas Setna não o obedeceu, ele o manteve e o estudou. Com o livro sua mágica ficou mais poderosa, sua sabedoria- suprema, aprendeu a linguagem das feras, como ver o vento, ouvir o sol e o segredo dos deuses e o som das estrelas. Muitos vinham de longe ouvir sua sabedoria e aprender com ele.
Ele se casou e teve um filho e uma filha, porém um dia ele avistou uma bela jovem e se apaixonou completamente por ela. Ao procurar saber sobre ela, ele descobriu que ela era Tabubua, filha do Sacerdote de Bast. Com isso ele ficou obcecado em busca de seu amor. Com sua mágica à encontrou e à mandou uma mensagem. Até receber a resposta, ele não comia, não bebia, e não lia mais do livro de Thot, a sabedoria não era mais sua prioridade, mas sim o seu desejo pela moça. Tabubua o respondeu e ele foi ao seu encontro. Quando à encontrou, ela o informou que ela era filha da própria deusa Bast, e que sendo deusa, ela não aceitaria a poligamia, para ficar com ela ele teria que se divorciar de sua esposa, e sacrificar seus filhos. Sego por seu desejo, o Príncipe obedeceu a Deusa, com sua mágica criou o documento de divórcio e comandou que seus filhos fossem sacrificados para alimentar os gatos de Bast. Após satisfazer as condições da deusa, a bela jovem se aproximou do Deus e ele à abraçou. Quando que estava prestes a satisfazer seu desejo, a bela moça se transformou em um defunto. Setna gritou e a escuridão tomou conta de sua visão.
Ele acordou, e se deu conta de que estava deitado no meio da rua na cidade de Memphis. E não existia nenhum sinal de Tabubua ou seu palácio. Era tudo um sonho, um pesadelo aterrorizante, ele voltou pra casa e encontrou sua mulher e filhos vivos.
Ele então viu isso como um sinal que ele tinha o dever de devolver o livro ao túmulo. Então Setna voltou ao túmulo arrependido pedindo perdão ao morto. Nefrekptah concordou em o perdoar se ele fizesse o favor de trazer o corpo de seu filho e sua esposa para descansar próximo a ele em seu sarcófago. Setna concordou e seguiu a sua nova missão, onde ele resgatou a múmia da família de Nefrekpath e as retornou a seu sarcófago com uma festa funerária em honra deles organizada pelo grande faraó Ramsés.
O “Livro de Toth” inspirou não só os escribas egípcios mas também estudiosos e pensadores ao longo da história. Sendo ele inspiração para a criação do baralho que usamos na TarotDoor o tarot egípcio da Kier por J. Iglesias.
Deus que veste o chapéu de duas prumas de avestruz, Rei dos Deuses, Deus Nacional do Egito, foi associado com um carneiro, com o sol; com o ar e o vento do sopro da vida; padroeiro dos navegadores.
Deus nacional do Egito a partir da Décima oitava Dinastia.
Como Rá, Amon-Rá foi associado como o Deus Sol quem criou o universo, sendo fonte geradora de toda a vida.
Amon também foi associado com o vento e o ar, sendo assim deus dos marinheiros, era chamado “o piloto que conhece as águas.” (Armour, 1989)
Como Deus Nacional, Amon, tinha poder político, era protetor do Faraó e garantia a vitória contra os inimigos. Amon era celebrado no festival de Opet. Opet era um dos mais importantes festivais no Egito. Ele marcava o início da estação de cheia do Nilo. Egípcios vinham de todos os lados para a cerimônia, que durava muitos dias. No auge da cerimonia avia um ritual onde Amun transferia seus poderes para o Faraó ou Faraóa. Tinha música, dançarinas, comida e bebida de graça e processões. Em uma procissão o Sacerdote benze estatuetas de deuses em seu templo, e as colocam dentro de uma urna que é posto em uma arca e carregada na procissão ao rio Nilo. (Armour, 1989) (Watson, 2011)
Amon não só dava sua força para os faraós, mas era pai ou padrinho dos Reis e Rainhas líderes dessa época. Um mito que ilustra esse atributo é o mito da Faraoa Hatshepsut. Hatshepsut governou no Egito em 1479 BC, assumiu o reinado após a morte de seu marido e meio irmão Thutmose III. O mito dizia que Amon incorporou em seu pai, e fez amor com a Rainha, concebendo a criança sagrada que seria herdeira do trono.
Um outro fato interessante sobre Amon era que supostamente ele era capaz de controlar o tempo de vida de indivíduos, ele podia prolongar ou diminuir o tempo de vida das pessoas, e dar mais anos de vida a quem ele amava. (Shorter, 1993)
No Tarot ele aparece nas cartas:
56, 64 (chapeu), 74