Deusa Egípcia representada por uma vaca com o disco solar, ou por uma leoa. Alguns de seus títulos são: Deusa do Céu – Protetora das Mulheres, Deusa dos prazeres, da música e da dança – Patrona do amor e da necrópole – Senhora do Ocidente.
- Hathor é uma das deusas mais antigas da mitologia egípcia, devido a isso ao longo da história seu papel se transformou, se expandiu e até se misturou com os de outras deusas Egípcias como Isis, Nut and Bastet.
- Antigos textos funerários indicam que ela era a deusa mãe original, que surgiu junto ao nascer do deus Sol, Ra, e tomou seu lugar ao lado dele no barco solar. Quando ela nasceu sua pele era preta ou preta/avermelhada, sendo assim considerada deusa do céu, usando um círculo solar em seu cocar. (Armour, 1999)
- Seus símbolos eram um sistro, geralmente ladeado com acabeça achatada de Hathor, era usado para festejar e para assustar demônios, e um menat, um colar que simbolizava regeneração e renascimento.
- O nome Hathor significa casa de Horus. Horus era o deus sol, sucessor de Rá. Um mito dizia que Horus era filho de Hathor, uma vaca cujas pernas eram pilares que seguravam o céu. Hórus como o Deus Sol em formato de águia voava na boca de sua mãe toda noite, e renascia toda manhã. Esse mito é muito similar com mitos da deusa Nut, também deusa do céu. As duas eram representadas pela imagem da vaca. Cientistas especulam que a vaca seja indicativa da Via Láctea, que vista do ponto de vista dos egípcios se parecia uma grande bovina, e durante equinócio da primavera e outono o sol se levanta e se punha nos pés e mão da grande deusa. (Milk way mithology- the origin of the creation stories, n.d.) (Wells, 1992)
- Hathor e Nut também eram associadas com a árvore da sicômoro cujas sementes são semelhantes ás estrelas. Ela se encontravam junto a árvore distribuindo alimento e bebida as almas. Nos livros funerários Hathor também era encontrada acompanhando os mortos pelo tuat, o submundo, e monitorando o Julgamento de Osíris. Ela era vista como a provedora de comida e bebida para as almas. Já em papiros da vigésima primeira dinastia seu papel no submundo se expandiu, ela era recepcionista das almas no tuat, aparecendo como uma vaca no topo das Colinas do Oeste, tendo o título de “Senhora do Oeste” ou “Dama do País Santo”. (Armour, 1999)
- Hathor também já foi relatada como filha de Ra e Nut, mãe ou esposa de Horus.
- Abaixo temos alguns mitos e cerimonias dedicados a essa divindade:
A Destruição da Humanidade
Nesse mito Hathor era filha de Rá, o deus solar, quando foi enviada por ele para se vingar da raça humana. Rá se virou contra sua própria criação quando os ouviu caçoar de sua idade avançada, dizendo “Olhe para Rá, Ele é velho e seus ossos são como prata, sua carne é como ouro, e seu cabelo é como verdadeiros lápis-lazúli.” Rá convocou uma reunião com os deuses para discutir a punição devida para o povo. Estava lá Shu, deus da luz e do ar, Tefnut deusa do orvalho, Geb, Nut, Hathor e Nun. Nun, o Deus das águas turbulentas, sugeriu que o olho de Rá em forma de Hathor (a maçã do olho do pai) fosse mandada para matar aqueles que atacaram o Grande Deus. Todos os deuses concordam com a estratégia e Hathor foi enviada para vingar o pai na forma de Sekhmet, a leoa. Velosamente, a feroz leoa atacou os mortais e, como uma leoa, se deleitou com o massacre. Seu apetite por sangue ficou insaciável, e mesmo depois que Rá já tinha determinado que sua honra já fora vingada, Hathor não pode sessar a matança. Rá sentiu piedade dos homens, porém seu poder não pode conter a fúria de Hathor. Foi então que Rá decidiu enganar a leoa, enquanto ela dormia ele mandou preparar uma imensa quantia de cerveja tingida com mandrágora, uma fruta vermelha com poderes calmantes e afrodisíacos. Quando Hathor acordou e foi resumir seu massacre, não encontrou homem algum, mas sim a terra coberta pelo liquido vermelho. Certa de que era sangue, o liquido da vida, ela começou a beber, quanto mais ela bebia, mais ela queria. A embriaguez a acalmou e com isso, seu desejo de matar se foi. E ela atendeu o pedido de seu pai para voltar ao seu lado em paz. Depois disso Rá retornou a seu reinado, e declarou que esse dia seria celebrado na cidade de Amen no Festival do ano novo, onde ele garantiria 3 jarros de cerveja para Hathor e cada um de seus seguidores.
Festival do Casamento Sagrado
Outro mito celebrado pelos egípcios envolvendo a Deusa Hathor era o mito do Festival do Casamento Sagrado nos tempos de Ptolomeu. O mito do casamento sagrado é o enredo de um dos mais elaborados rituais religiosos onde era celebrado o reinado de Horus, os antepassados e a colheita das primeiras frutas da estação. Ele começa no decimo oitavo dia do decimo mês, quando uma imagem de Hathor era levada de seu templo em Dendera para uma jornada rio a cima ao encontro de Horus em Edfu. A deusa e seus seguidores faziam várias paradas até chegar em seu destino no dia da lua nova, próximo ao fim do verão. Lá eles encontram Horus, no mesmo dia em que ele derrota seu inimigo Seth. De lá, o casal navega o canal a cima em direção ao templo cercados de diversas cerimonias, incluindo a cerimonia funerária da abertura da boca, e cerimonia da oferenda das primeiras frutas. Horus e Hathor passavam a noite no Templo do Nascimento. No dia seguinte começava o Festival do Behdet era um ritual realizado para comemorar a permanecia de Horus no poder. A cerimonia consistia de visitas a necrópoles e rituais realizados em nome dos falecidos. Um boi e uma cabra vermelhos eram sacrificados, e 4 gansos eram soltos para os quatro cantos da terra anunciando que Horus possuía novamente as coroas do Alto e Baixo Egito. Quatro flechas eram atiradas para os 4 lados da bússola para matar seus inimigos, e versos eram recitados em honra de Horus, o deus Sol. Seus inimigos eram devastados simbolicamente, estatuetas os peixes, os hipopótamos e crocodilos eram pisoteadas. Os nomes de seus inimigos eram escritos em papiros para todos verem. Seguindo a destruição os devotos se punham a comemorar se divertindo e bebendo diante dos deuses. (Armour, 1999)
As Sete Hathors
Hathor também era encontrada na mitologia egípcia como as Sete Hathors. As sete Hathors eram consultadas pelos deuses e seus seguidores por suas profecias. Elas faziam previsões na hora do parto a sobre vida do recém-nascido, também para orientação em assuntos amorosos, e para pegar espirito perigosos e os torná-los inofensivos. (Neferuhethert, 1999-2007)
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