Nuit era a deusa do céu e dos astros. Mãe do deus Sol, e deuses dos “Mitos de Osíris”, amante do deus terra e protetora das almas no submundo.
Ela era representada por uma grande mulher nua com o corpo estrelado em uma posição de arco, também por uma grande vaca, ou por uma mulher na árvore do Sicômoro, jogando água purificadora sobre as almas.
Os mitos egípcios eram dinâmicos, e os deuses muitas vezes mudavam papel. A deusa Nuit era vista as vezes como mãe de Rá, deus sol, e outras como neta dele. A Nuit neta de Rá era mulher de Geb, deus da Terra. O Casal se amava tanto que se encontravam perpetuamente abraçados. Rá se aborreceu tanto com essa união entre eles, que ordenou que eles fossem separados, colocando Shu, deus do ar entre o casal de amantes.
Mas isso não foi o suficiente, temendo a usurpação de seu poder, Rá proibiu Nuit de ter filhos nos 360 dias do ano. Porém Thot, o deus da lua, conseguiu luz suficiente para que Nuit e Geb pudessem ter filhos somente nos 5 dias do ano conhecidos pelos egípcios como, os dias “epagomenais”. E em cada um desses dias Nuit pariu uma criança começando por Osiris, Horus (o senhor), Seth, Isis e Nephthis. Esses dias eram considerados dias dos aniversários dos deuses e eram comemorados no antigo Egito. Por isso na arte egípcia Nuit era retratada como uma mulher nua, sobre Geb com o pênis ereto , ou a cima de Geb, sendo separada por Shu. (Hill, 2015)
Obs: Algumas referências dizem que cada um desses dias eram associados com sorte ou azar: Osiris – um dia de azar, Horus (o velho) – nem sorte nem azar, Seth dia de azar, Isis- “lindo festival do Céu e Terra”, Nephthis-dia de azar. (Nut, Nuit, n.d.)
Mitos em que Nuit era mãe do deus sol diziam que seu corpo era coberto de estrelas. Todos os dias ela dava à luz ao seu filho Ra, o sol, que viaja pelo seu corpo durante o dia e era devorado por ela ao anoitecer, apenas para renascer novamente ao amanhecer.
Como outras deusas Celestes, Nuit também era retratada como uma grande vaca com um jarro de água, ou o arco solar na cabeça. Suas pernas eram o firmamento, sustentando o céu, mantendo a ordem, para que o sol, ou o caos, não se chocasse contra a terra, suas mãos e pés tocavam os 4 pontos cardiais no horizonte. Artefatos egípcios mostravam o corpo da grande deusa coberto (ou rodeado) de inscrições representando as constelações. (figure 4) (Hart, 2005)
O trovão era considerado a rizada de Nuit.
Como uma figura celestial e matriarcal, Nuit também era conhecida como a “Senhora do Sicômoro.” Ela era a cuidadora das almas do submundo e era vista saindo do tronco da árvore do Sicômoro dando água e pão para os finados. Seu poder garantia que eles poderiam respirar, beber e comer no submundo.